Fico observando o quanto muitos Umbandistas novatos desejam entrar para a corrente mediúnica, o quanto desejam "dar a cabeça" para "fazerem a caridade". Mas, será que algumas vezes o maior interesse é mesmo fazer a caridade? ou será que muitos só querem desfilar no terreiro de branco e incorporados (ou pseudo incorporados) com suas entidades (ou pseudo entidades?) Faça uma sincera reflexão e, se realmente quiser trabalhar em nome da caridade, em nome da umbanda, em nome do amor ao próximo, já adianto que o trabalho não é fácil; o caminho será espinhoso, o trabalho mediúnico requer muito estudo, esforço e dedicação. O umbandista encontrará em seu caminho barreiras, terá decepções ao descobrir que nem todos que estão na corrente com o corpo físico estão com o coração, vai ter decepção ao ver muitas coisas que vão de encontro a lei de Umbanda. Com tudo, tudo isso vale a pena para aquele que quer evoluir
junto com suas entidades, resgatar suas dívidas de vidas passadas e ajudar o próximo.
Agora, meu irmão, se quer apenas se exibir, em nome do respeito que você tem (ou deveria ter) com a Umbanda e com cigo mesmo, procure outra forma de se exibir! Poderá até conseguir se exibir um tempo usando o nome da Umbanda e das entidades, mas, um dia a casa cai! Um dia pagará o preço por isso!
E para aqueles que querem realmente trabalhar, só digo mais algumas coisinhas.
1: Estudem, e não se prendam a "únicas verdades",estejam sempre abertos a conhecimentos de outras vertentes de Umbanda ou até conhecimento de outras religiões, mas claro, mantendo o respeito pela hierarquia e forma de trabalho do seu terreiro. 2: o "orai e vigiai" será muito, muito útil para não tropeçar nas pedras da vaidade nem se ferir com os espinhos do orgulho. 3: tenha sempre bom senso e não confie cegamente em tudo que te mandarem fazer, analise com um olhar que respeita, mas que questiona quando preciso! não pule em um buraco, mesmo que falem que se pular nesse buraco sua vida vai mudar, ou seu desemvolvimento acontecerá de uma forma mais rápida. Nada na vida vem com um "estalar de dedo." 4: cuidar de nossa vida é sempre bom. As vezes nos preocupamos tanto com o outro, preocupamos em falar mal, em criticar, em caçoar da entidade alheia que nem nos damos conta que esquecemos do nosso próprio desemvolvimento, e abrimos brecha para as ervas daninhas da fofoca e da intriga. 5: ser Umbandista ou ser médiun não é só vestir o branco, não é só incorporar. Não adiantará nada incorporar, ser fraterno com os irmãos de santo, se fora do terreiro não der exemplo, se fora do terreiro for o oposto do que é lá dentro. Lembre-se que somos o espelho da Umbanda para os leigos! A visão que eles terão dos Umbandistas e da Umbanda também depende muito de você!
Matheus Gonçalves.
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